O importante olhar sobre o cuidador de idosos
Durante o processo de envelhecimento, universal e irreversível, ocorre uma série de modificações, desde biológicos e psicológicos até sociais.
Os múltiplos sistemas em nosso organismo envelhecem fisiologicamente, o corpo muda, passa por alterações diversas. Um exemplo é a perda da massa muscular, ou sarcopenia, que ocorre com o avanço da idade e aumenta a fragilidade do idoso, que passa a ser mais suscetível ao risco de queda, um dos maiores motivos de internações hospitalares de idosos.
Na velhice há também alterações sensoriais, sendo mais comuns a presbiacusia, ou surdez fisiológica, e a perda da acuidade visual que leva à vista cansada, ou presbiopia.
A pele já não é a mesma da juventude: a cútis atrofia, fica seca e mais fina. Os pêlos embranquecem, as unhas ficam mais frágeis. No sistema hormonal experenciamos uma menor produção de hormônios.
Em relação ao intelecto e cognição há uma lentificação da capacidade adquirida e, sobre o armazenamento de informações, ocorre uma queda de atenção e concentração.
Tais alterações citadas, entre tantas outras, mostram que o idoso exige um olhar diferenciado, como em outras fases tão universais e ao mesmo tempo tão únicas.
Para o idoso ativo, basta que se cuide da manutenção da capacidade funcional, que consiste na capacidade de executar as tarefas em um nível máximo de funcionalidade.
A atividade física, o cultivar o social, e a alimentação saudável o manterão por mais tempo produtivo.
Já o idoso frágil, que apresenta doença crônica e limitações físicas ou cognitivas, precisa de alguém ao lado que tenha conhecimento e experiência para auxiliá-lo. Para isso não basta um cuidador de formação, mas sim um cuidador especializado em idosos que tenha um olhar diferenciado.
Em nossa experiência pessoal, sabemos que há cuidadores – e cuidadores. Por vezes nos deparamos com o cuidador que trata o idoso como se ele fosse uma planta: assim que as necessidades básicas estão satisfeitas, nada mais a fazer. Não é o que queremos para nossos idosos atendidos – e não é com cuidadores assim que queremos trabalhar. O cuidador de idosos em que acreditamos e promovemos é aquele que entende sobre as limitações do idosos assistido, mas que o trata com o respeito e a atenção que se deve ter a alguém que continua sua vida da melhor forma que pode, e que recebe pode receber os estímulos diários como pílulas de motivação para seguir. E conseguir. O simples cantar que o cuidador de idosos pode promover junto a um idoso acamado, aparentemente sem sinais, faz toda a diferença: perceptível em um olhar diferente, ou em uma respiração que vibra a vida.