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Contribuições do Coaching para o envelhecimento ativo

O envelhecimento da população é uma realidade mundial. Diversos países, entre eles o Brasil, vêm sofrendo modificações em suas pirâmides etárias, com grande contingente de idosos em detrimento da população jovem. No país, o número de idosos passou de 3 milhões em 1960 para 14 milhões em 2002, e projeta-se 32 milhões de pessoas idosas em 2020. Segundo a Organização Mundial de Saúde, a expectativa de vida da população mundial é de 66 anos, e passará a ser de 73 anos em 2025.

O envelhecimento é um processo natural, universal e irreversível, no qual ocorre inevitavelmente a diminuição progressiva das reservas funcionais do idoso, que se depara com diferentes condições biológicas, psicológicas e sociais. Para muitos, elas podem afetar sua autonomia e independência, limitar suas atividades, e tornar os idosos mais frágeis e vulneráveis. Neste contexto, observa-se a importância de oferecer à pessoa idosa alternativas para garantir sua saúde, que deve ser encarada como um estado adequado de bem-estar físico, mental e social, que lhe permita identificar e realizar suas vontades e satisfazer suas necessidades.

No processo de envelhecimento, principalmente depois da aposentadoria, ocorrem alterações dos papéis profissionais, sociais e familiares. Em um piscar de olhos a pessoa idosa enfrenta uma nova realidade, com uma rotina diferente. Ela se depara sem nada para fazer. Ocorrem mudanças profundas em suas ocupações – o idoso dispõe de mais tempo livre, o dia se torna ocioso. A diminuição das atividades e o sedentarismo trazem consequências que afetam seu processo de envelhecimento, como a redução da capacidade de concentração, coordenação e reação que, por sua vez, levam à baixa autoestima, desmotivação e solidão. É comum a pessoa idosa sentir-se desmotivada, deprimida, e isolar-se socialmente.

Frente à nova realidade, o idoso precisa adaptar-se e desenvolver uma nova perspectiva de vida, tendo em mente que a aprendizagem não estagna em nenhum momento. Ao contrário, a aquisição de novos conhecimentos irá aumentar sua qualidade de vida, tornando-o mais autônomo, participativo e ativo. O envelhecimento ativo é um processo de otimização das oportunidades de saúde, participação e segurança. Por isso, torna-se fundamental introduzir novos conceitos e maneiras de viver para o idoso, para que ele possa otimizar sua qualidade de vida e sentir-se da melhor forma possível.

O envelhecimento ativo requer uma abordagem multidisciplinar, um esforço coletivo para minimizar a situação de vulnerabilidade, e o uso de estratégias para desenvolver as potencialidades do idoso. É necessária a articulação das diversas áreas do saber para promover efetivamente mudanças de hábitos. É fundamental estimulá-lo a conhecer novos ambientes de convívio, e propiciar momentos oportunos para a descoberta de novos interesses e habilidades. A prática de atividades físicas, de lazer, lúdicas, a uma alimentação saudável devem ser orientadas para auxiliar o idoso no processo de um envelhecimento saudável. Para o envelhecimento ativo, o coach pode contribuir com suas práticas. O coaching para a população idosa é um processo no qual o coach (aquele que conduz o processo) facilita o aprendizado do coachee (aprendiz, neste  caso o idoso), auxiliando-o em seu desenvolvimento. O aprendiz é auxiliado para solucionar seus problemas, estabelecer metas, desenvolver planos de ação e agir para alcançar seus objetivos. O coach serve como um “óculos” para o idoso enxergar as múltiplas escolhas da sua nova fase de vida, que não é sinônimo de doença, improdutividade, ou inutilidade (esse estereótipo do envelhecer, em si, já nos deixa de cabelos em pé!). O processo de coaching facilita para o idoso sua adaptação da maneira que desejar, e dá apoio para que ele seja o melhor que ele pode ser, explorando ao máximo o potencial que possui para viver um processo de envelhecimento com mais autonomia.

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